Do grão à xícara – A mão de obra e o caminho da fruta para o grão dos cafés de qualidade

Um breve resumo do caminho do café e quem são as pessoas responsáveis por isso

Produção

  • Ação ligada ao produtor de café: Todo planejamento de safra, varietal, manuseamento do solo, etc.
  • Colheita: Pode ser manual ou mecanizada, seletiva ou não seletiva. Isso dependerá de recursos financeiros, condições geográficas e projeto do produtor.
  • Processamento: O que fazemos com o café após ser colhido. Isso inclui fermentações induzidas, secagem com casca ou sem, com mucilagem, etc. É um universo.
  • Despolpamento e descascamento: Ação de remover a semente da fruta ou do pergaminho. (Importante informar que as ordens de processamento podem se alterar devido às opções de modelos, condições geográficas, etc.)
  • Armazenamento: Preferencialmente em galpões com controle de temperatura e umidade.
  • Transporte: Nacional ou internacional, terrestre ou marítimo (pode estar em outras etapas também).
  • Torra: Processo de transformação da matéria-prima e industrialização do grão.
  • Moagem: Pode ser feita pelo consumidor final, pelo varejista ou pela torrefação.
  • Preparo: O ato de fazer e consumir o café, simples assim, ou não…

Atores da cadeia

  • Produtor
  • Dono da usina/máquinas de beneficiamento
  • Trader e logística
  • Torrefação
  • Varejista
  • Consumidor

A ideia aqui é mostrar de maneira superficial o caminho do café até sua xícara, e quem participa dele, considerando que são processos de extrema complexidade dentro de seus próprios universos.

Existe a possibilidade de uma verticalização do processo, como um produtor beneficiar o próprio café ou uma torrefação ter sua própria cafeteria. Em alguns casos, é possível observar a total verticalização do processo, quando um produtor torra e embala o café, como costumam ser alguns produtores de vinho. Porém, essa é uma realidade que atinge um grupo pequeno de produtores; a grande maioria enfrenta dificuldades para adentrar ao mercado com café torrado.

Isso ocorre por alguns fatores:

  • A distância física dos grandes mercados consumidores
  • A falta de know-how em marketing e desenvolvimento de produto, como embalagens e campanhas de comunicação
  • A falta de produto à pronta entrega, como venda de impulso em gôndolas

Por esse resumo do caminho do fruto à xícara, gostaria de chamar a atenção para a quantidade de atores presentes e o impacto que isso traz no preço final do produto, à medida que todas as etapas devem ser remuneradas e geram custos geralmente altos. Há quem defenda, inclusive eu, que os valores para se consumir café especial são baixos se correlacionarmos com a dificuldade e complexidade que é produzir qualidade nessa cultura. Uma cultura que naturalmente exige muito estudo, dedicação e tempo para se obter bons resultados.

André Sanchez

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